segunda-feira, 6 de agosto de 2012


A professora e Secretária Adjunta de Educação Tatiany Azevêdo trata do tema Enurese no Programa Mais Escola na Rádio

Veja na íntegra as informações sobre o tema:
Enurese na Criança e no Adulto




O que é enurese?

É a falta de controle da micção em idade que em que isto já deveria ter ocorrido. Considera-se que a menina controla seu esfíncter vesical aos 5 anos e o menino aos 6 anos. A partir destas idades a perda involuntária de urina é anormal, ocorrendo mais de duas ou três vezes em um mês. Como a perda em geral é à noite, chama-se enurese noturna. Pode ocorrer enurese diurna. A enurese é chamada de primária quando jamais foi obtido o controle urinário, e secundária quando já houve por, no mínimo, meio ano e foi perdido posteriormente.
Esse incômodo de acordar com a cama molhada é comum na infância já que o mecanismo urinário da criança até os cinco anos de idade está amadurecendo. O problema é quando a criança fica mais velha e continua encharcando o lençol.

Após os cinco anos, esse problema passa a ser uma doença chamada enurese noturna, quando a criança faz xixi na cama enquanto dorme. A enurese diurna existe, mas é mais difícil de acontecer. Normalmente ocorre quando a criança segura o xixi para continuar brincando ou tem alguma alteração na bexiga.

Essa doença afeta a autoestima. E muitas vezes essas crianças são agredidas ou recebem castigos por terem feito xixi na cama. As atividades sociais como dormir na casa de um amiguinho são limitadas e as crianças acabam ficando tímidas por causa da doença.

Cerca de 15% das crianças chegam a ter a enurese noturna. É uma doença que precisa ser tratada por um especialista e, ao contrário do que muitos adultos pensam, não é manha nem uma forma de chamar a atenção.

Se um dos pais teve enurese quando criança, a chance do seu filho vir a apresentar o mesmo problema é de 44%. Já se pai e mãe apresentaram enurese na infância, a chance aumenta para 75%.

As causas são diversas como problemas hormonais, alterações anatômicas, problemas na bexiga, alterações neurológicas, musculares, infecciosas ou psicológicas.

Meninos sofrem mais - A enurese noturna acomete mais meninos do que meninas. Para cada menina, três meninos apresentam a doença. Novas técnicas de motivação estão sendo usadas para curar mais da metade das crianças com enurese noturna.

A primeira mudança na vida das crianças é em relação à alimentação. Alimentos que irritam a bexiga ou causam prisão de ventre devem ser evitados, como chocolate, café, refrigerante de cola e laranja.

A ingestão de líquidos também deve ser controlada nas horas que antecedem o sono. Há um hormônio antidiurético produzido por uma glândula do cérebro, a hipófise, que atua nos rins diminuindo a produção de urina durante a noite e grande parte das crianças com enurese sofre com a deficiência desse hormônio.

Exercício para segurar o pipi - Outro passo é conscientizar a criança de todo o processo urinário e orientar alguns exercícios para que ela tente aumentar o controle sobre a vontade de fazer xixi.

Uma motivação descontraída é toda vez que a criança acordar e perceber que não fez xixi na cama, ela marcará num diário com carinhas felizes ou estrelinhas e a cada etapa vencida, lembranças são dadas para a criança melhorar a autoestima. Só não vai exagerar nos presentes.

A enurese pode melhorar espontaneamente, mas há casos que se prolongam até a idade adulta. O quanto antes a doença for diagnosticada e tratada, menor será o impacto na vida da criança.


 Tirando dúvidas


Será frequente este problema?

Calcula-se que episódios de enurese noturna ocorram uma ou mais vezes por semana nas seguintes freqüências: aos 5 anos, em 15% das crianças; aos 10 anos, em 3% das crianças, e em 1% dos adultos (20 anos ou mais). A incidência é maior entre os homens na proporção de 2:1.

Qual a evolução do Problema?

A diminuição é gradual. De 5 a 10% dos casos permanecem enuréticos quando adultos 5 a 10 % dos casos.

Quais as explicações para o Problema

Há uma incidência familiar. Se um dos pais foi enurético a chance do filho apresentar enurese é de cerca de 40%.Tendo sido ambos os pais enuréticos, a chance sobe para 75-80%. Invoca-se como causas fisiopatológicas: o atraso da maturidade vesical, a produção inadequada de hormônio antidiurético durante a noite, o sono muito profundo etc. Problemas orgânicos e emocionais são menos influentes na enurese noturna primária, mas se tornam relevantes na secundária e na diuturna.

A Enurese deve ser investigada e tratada?

Certamente. Não só por que doenças importantes podem ser diagnosticadas nestas investigações, como a orientação adequada pode ser decisiva na solução do problema e na conservação de uma autoestima que poderá se tornar enfraquecida por estes fatos, aumentando a complexidade do caso. Nos adultos, principalmente, a identificação da causa é indispensável para o bom tratamento. 
       
A identificação de causas:

            Orgânicas, ou emocionais tratáveis, podem resolver o problema definitivamente.

Para a área pediátrica

            Tratamento comportamental: 

            Baseia-se no reforço positivo pelas manhãs secas e tratamento não punitivo pelas molhadas.

            Uso de alarmes:

           Alarmes sonoros ou vibratórios ajudam a condicionar a criança no reconhecimento do início da perda urinária; há necessidade de compreensão do mecanismo de ação e de motivação para acordar, sair para urinar e refazer a cama. Seus resultados são bons, mas algo demorados.

            Medicamentoso:

            Em princípio existem poucos medicamentos utilizáveis:

a) Anti-colinérgicos, que procuram diminuir as contrações do músculo responsável pelo esvaziamento da bexiga antes de dormir, funcionam melhor nas causas orgânicas.
 b) Análogos ao hormônio antidiurético apresentam excelente resposta terapêutica, são de fácil aplicação, mas de custo elevado.
c) Imipramina tem efeito de ação discutível, ação terapêutica razoável e, em doses excessivas, podem ser letal.

Importante para o sucesso do tratamento:

Não castigar a criança. Recompensar o esforço que ela está fazendo mais do que o próprio resultado. Encorajar o esvaziamento da bexiga antes de dormir. Quando indicado, usar um método terapêutico orientado por seu pediatra.

Dicas

Faça seu filho beber muita água de uma só vez para o cérebro da criança começar a lidar com a sensação de bexiga cheia.
Não brigue ou castigue a criança, ela precisa ser tratada. Nenhuma criança faz xixi na cama porque quer.
Às vezes, a criança que já não fazia xixi na cama volta a fazer devido a alguma mudança como a chegada de um irmãozinho ou separação dos pais. O emocional fica perturbado. Neste caso, dê um pouco mais de atenção ao pequeno e não o reprima por ter molhado a cama.

Enurese do Adulto

Adultos que já tiveram controle urinário e o perderam, com freqüência são portadores de doenças que afetam o controle da micção, algumas delas tratáveis, o que pode reverter o distúrbio. Lamentavelmente, muitas situações não apresentam soluções tão favoráveis, necessitando esquemas mais mecânicos e medidas especiais de proteção e higiene.

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