A professora e Secretária Adjunta de Educação Tatiany Azevêdo trata do tema Enurese no Programa Mais Escola na Rádio
Veja na íntegra as informações sobre o tema:
Enurese na Criança e
no Adulto
O
que é enurese?
É a falta de controle da
micção em idade que em que isto já deveria ter ocorrido. Considera-se que a
menina controla seu esfíncter vesical aos 5 anos e o menino aos 6 anos. A
partir destas idades a perda involuntária de urina é anormal, ocorrendo mais de
duas ou três vezes em um mês. Como a perda em geral é à noite, chama-se enurese
noturna. Pode ocorrer enurese diurna. A enurese é chamada de primária quando
jamais foi obtido o controle urinário, e secundária quando já houve por, no
mínimo, meio ano e foi perdido posteriormente.
Esse incômodo de acordar com
a cama molhada é comum na infância já que o mecanismo urinário da criança até
os cinco anos de idade está amadurecendo. O problema é quando a criança fica
mais velha e continua encharcando o lençol.
Após os cinco anos, esse
problema passa a ser uma doença chamada enurese noturna, quando a criança faz
xixi na cama enquanto dorme. A enurese diurna existe, mas é mais difícil de
acontecer. Normalmente ocorre quando a criança segura o xixi para continuar
brincando ou tem alguma alteração na bexiga.
Essa doença afeta a autoestima.
E muitas vezes essas crianças são agredidas ou recebem castigos por terem feito
xixi na cama. As atividades sociais como dormir na casa de um amiguinho são
limitadas e as crianças acabam ficando tímidas por causa da doença.
Cerca de 15% das crianças
chegam a ter a enurese noturna. É uma doença que precisa ser tratada por um
especialista e, ao contrário do que muitos adultos pensam, não é manha nem uma
forma de chamar a atenção.
Se um dos pais teve enurese
quando criança, a chance do seu filho vir a apresentar o mesmo problema é de
44%. Já se pai e mãe apresentaram enurese na infância, a chance aumenta para
75%.
As causas são diversas como
problemas hormonais, alterações anatômicas, problemas na bexiga, alterações
neurológicas, musculares, infecciosas ou psicológicas.
Meninos sofrem mais - A
enurese noturna acomete mais meninos do que meninas. Para cada menina, três
meninos apresentam a doença. Novas técnicas de motivação estão sendo usadas
para curar mais da metade das crianças com enurese noturna.
A primeira mudança na vida
das crianças é em relação à alimentação. Alimentos que irritam a bexiga ou
causam prisão de ventre devem ser evitados, como chocolate, café, refrigerante
de cola e laranja.
A ingestão de líquidos
também deve ser controlada nas horas que antecedem o sono. Há um hormônio
antidiurético produzido por uma glândula do cérebro, a hipófise, que atua nos
rins diminuindo a produção de urina durante a noite e grande parte das crianças
com enurese sofre com a deficiência desse hormônio.
Exercício para segurar o
pipi - Outro passo é conscientizar a criança de todo o processo urinário e
orientar alguns exercícios para que ela tente aumentar o controle sobre a
vontade de fazer xixi.
Uma motivação descontraída é
toda vez que a criança acordar e perceber que não fez xixi na cama, ela marcará
num diário com carinhas felizes ou estrelinhas e a cada etapa vencida,
lembranças são dadas para a criança melhorar a autoestima. Só não vai exagerar
nos presentes.
A enurese pode melhorar
espontaneamente, mas há casos que se prolongam até a idade adulta. O quanto
antes a doença for diagnosticada e tratada, menor será o impacto na vida da
criança.
Tirando dúvidas
Será
frequente este problema?
Calcula-se que episódios de
enurese noturna ocorram uma ou mais vezes por semana nas seguintes freqüências:
aos 5 anos, em 15% das crianças; aos 10 anos, em 3% das crianças, e em 1% dos
adultos (20 anos ou mais). A incidência é maior entre os homens na proporção de
2:1.
Qual
a evolução do Problema?
A diminuição é gradual. De 5
a 10% dos casos permanecem enuréticos quando adultos 5 a 10 % dos casos.
Quais
as explicações para o Problema
Há uma incidência familiar.
Se um dos pais foi enurético a chance do filho apresentar enurese é de cerca de
40%.Tendo sido ambos os pais enuréticos, a chance sobe para 75-80%. Invoca-se
como causas fisiopatológicas: o atraso da maturidade vesical, a produção
inadequada de hormônio antidiurético durante a noite, o sono muito profundo
etc. Problemas orgânicos e emocionais são menos influentes na enurese noturna
primária, mas se tornam relevantes na secundária e na diuturna.
A
Enurese deve ser investigada e tratada?
Certamente. Não só por que
doenças importantes podem ser diagnosticadas nestas investigações, como a
orientação adequada pode ser decisiva na solução do problema e na conservação
de uma autoestima que poderá se tornar enfraquecida por estes fatos, aumentando
a complexidade do caso. Nos adultos, principalmente, a identificação da causa é
indispensável para o bom tratamento.
A
identificação de causas:
Orgânicas, ou emocionais tratáveis, podem resolver o
problema definitivamente.
Para
a área pediátrica
Tratamento comportamental:
Baseia-se no reforço positivo pelas manhãs secas e
tratamento não punitivo pelas molhadas.
Uso de alarmes:
Alarmes sonoros ou vibratórios ajudam a condicionar a criança
no reconhecimento do início da perda urinária; há necessidade de compreensão do
mecanismo de ação e de motivação para acordar, sair para urinar e refazer a
cama. Seus resultados são bons, mas algo demorados.
Medicamentoso:
Em princípio existem poucos medicamentos utilizáveis:
a) Anti-colinérgicos, que
procuram diminuir as contrações do músculo responsável pelo esvaziamento da
bexiga antes de dormir, funcionam melhor nas causas orgânicas.
b) Análogos ao hormônio antidiurético
apresentam excelente resposta terapêutica, são de fácil aplicação, mas de custo
elevado.
c) Imipramina tem efeito de
ação discutível, ação terapêutica razoável e, em doses excessivas, podem ser
letal.
Importante
para o sucesso do tratamento:
Não castigar a criança.
Recompensar o esforço que ela está fazendo mais do que o próprio resultado.
Encorajar o esvaziamento da bexiga antes de dormir. Quando indicado, usar um
método terapêutico orientado por seu pediatra.
Dicas
Faça seu filho beber muita
água de uma só vez para o cérebro da criança começar a lidar com a sensação de
bexiga cheia.
Não brigue ou castigue a
criança, ela precisa ser tratada. Nenhuma criança faz xixi na cama porque quer.
Às vezes, a criança que já
não fazia xixi na cama volta a fazer devido a alguma mudança como a chegada de
um irmãozinho ou separação dos pais. O emocional fica perturbado. Neste caso,
dê um pouco mais de atenção ao pequeno e não o reprima por ter molhado a cama.
Enurese
do Adulto
Adultos que já tiveram
controle urinário e o perderam, com freqüência são portadores de doenças que
afetam o controle da micção, algumas delas tratáveis, o que pode reverter o
distúrbio. Lamentavelmente, muitas situações não apresentam soluções tão
favoráveis, necessitando esquemas mais mecânicos e medidas especiais de
proteção e higiene.
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